ABMG com candidatura de 15 milhões de euros para o programa Portugal 2030
Realizou-se durante a manhã de hoje, quinta-feira, uma visita às empreitadas decorrentes das candidaturas apresentadas em 2020, no município de Mira, no âmbito do Ciclo Urbano da Água. Mário Jorge Nunes, Presidente do Conselho de Administração da ABMG, revelou que a Entidade Gestora tem preparados projetos, na ordem dos 15 milhões de euros, nos três municípios, para apresentar para o primeiro período do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do quadro comunitário de apoio, que advém do programa Portugal 2030.
O autarca referiu ainda que a empresa tem 58 milhões de euros de investimento “inventariado e necessário, para os próximos 20 anos”, considerando “são aqueles investimentos que sabemos que, feitos hoje, ainda assim, não seriam suficientes, mas é impossível conseguir meios financeiros e um esforço de financiamento que pague estes 58 milhões para a dimensão destes três municípios”.
Na visita às empreitadas, que totalizam cerca de 3,5 milhões de euros, que se preveem estar concluídas até final do ano e que têm como objetivo investir na proteção do ambiente e promoção da eficiência na utilização de recursos e controlo e redução de perdas, Mário Jorge Nunes destacou as vantagens e considerou os objetivos cumpridos.
O também autarca do município de Soure alertou para a necessidade de se “investir numa racionalização e numa otimização dos consumos e consciencialização das pessoas” e do próprio sistema “também se modernizar para evitar grandes percas de água”. Acrescentou que a empresa pretende baixar o volume de percas para cerca de 30%, e que este “é um desafio grande para os próximos tempos, que implica grandes investimentos. Os consumidores têm de nos acompanhar nesse esforço de compensar esse investimento, se não todo o trabalho feito se perderá rapidamente”.
Sobre o padrão tarifário da ABMG em 2023, foi referido que “está muito abaixo da média nacional, regional e dos sistemas que está à volta, sejam concessionados sejam de empresas intermunicipais ou multimunicipais. Para 2023 a nossa taxa de atualização de preços, de acordo com o índice de preços ao consumidor praticado em junho do ano passado é de 4,16%, muito abaixo das médias da inflação.”
Raul Almeida, vice-Presidente do Conselho de Administração da ABMG e também presidente da Câmara Municipal de Mira, destacou, durante a iniciativa, a contribuição dos investimentos na melhoria da água no concelho, desde o fornecimento, pressão e quantidade. O vice-presidente manifestou satisfação pela constituição da entidade gestora e constatou que “foi uma boa decisão que tomamos porque ganhamos, escala e eficiência. A ABMG veio resolver problemas de abastecimento de água”. Referiu ainda que anteriormente “a água e saneamento davam 1 milhão de euros de prejuízo” e que a ABMG “é sustentável financeiramente e não damos prejuízo ao município”.
No âmbito do programa Portugal 2030 a empresa tem concluídos os projetos de ampliação da rede de drenagem da Presa e Valeirinha, no concelho de Mira, construção das redes de Carapetos, Chãs, Porto Luzio, Casal da Areia, Casal dos Moutinhos, Ninho de Grou, Casal dos Silvas e Casal Raposo, no município de Montemor-o-Velho, bem como a construção das redes de Simões, Lourenços, Mogadouro, Marco do Sul, a segunda fase da SAR de Almagreira, no concelho de Soure.
Prontos a candidatar, mas ainda em fase de revisão, estão a ampliação da rede do sistema de águas residuais (SAR) da Lagoa, a ampliação da rede SAR de Mira, Portomar, Valeirinha e Presa, a rede de esgotos do Poceirão, a construção das redes de Camparca, Casalinhos e Bairro da Estação, de Casal da Venda, e Vale da Borra, assim como a construção das redes de Ribeira da Mata e Cabeços e a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) Ribeira da Mata.
A ABMG aprovou, em Assembleia Geral, um orçamento para 2023, no valor de mais de sete milhões de euros e um plano de investimentos de cerca de nove milhões de euros, onde constam investimentos com recursos a fundos próprios de 1,3 milhões de euros.
A ABMG – Águas do Baixo Mondego e Gândara é uma empresa intermunicipal que resulta da agregação dos municípios de Mira, de Montemor-o-Velho e de Soure, com o objetivo de assegurar o abastecimento de água e o saneamento de águas residuais para um universo de cerca de 30 mil clientes e 53 mil habitantes.